O vento era forte, dentro e fora.
O vento dentro, o barulho interminável durante o dia e de noite a ressaca.
Gosto do mar cinzento, frio e o céu selvagem.
A água rasgada que atropela tudo na esperança que cada coisa volte ao lugar certo.
Sou mulher de mar de inverno.
As praias sacudidas pelo vento e os cabelos nos olhos.
Sou mulher de águas frias para sentir a vida.
Uma mulher de céus estrelados, os pés descalços e o vestido molhado.
E a água salgada. Por dentro e por fora.
Havia a areia que marcava as pernas e a cara.
O vento furioso que apertava o peito, a maré baixa e a espuma branca e fria.
Havia o vento. Deixei-o levar-me, cansada de resistir.