terça-feira, 16 de junho de 2020



Todos conhecem músicas, livros ou pessoas capazes de viciar, 
daquelas que se esgueiram pelo meio dos pensamentos, impedindo qualquer concentração? 

Quem nunca sucumbiu a uma tentação? 
Daquelas tentações que atropelam sem avisar , cheias de indecência. 

Às vezes sou uma mulher imprópria, que insiste sem pudor. 
Enfio as minhas palavras nos silêncios, como um suspiro entre as costelas, 
um murmúrio junto aos rins, uma tumulto na fissura sombria da raiva. 
E aprendo a guardar as feridas. 

E então há que celebrar a alegria. Ela ilumina as cicatrizes. 
Rir para saborear, sorrir. Engolir os segundos felizes e frágeis. 
 O suor afoga-se nos lençóis e perfuma o quarto. 
Não existe mais nada além da urgência, do olhar que emociona.
Agarrar a força, tocar os sorrisos, lamber o sal junto aos lábios. 

Há momentos cheios de faíscas, quando se inventa um outro mundo.

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