Os seus cabelos tinham o cheiro exacto do meu quarto.
Nunca nada dele tinha ficado com o cheiro exato do meu quarto.
Fiquei em silêncio. Guardei as pálpebras-portas, pesadas e fechadas.
Pensei nos pés que nunca pisaram este território onde sei que sou livre.
Este lugar onde ninguém se preocupa comigo.
Pensei nos pés que nunca pisaram este território onde sei que sou livre.
Este lugar onde ninguém se preocupa comigo.
E voltei a lembrar que os seus cabelos tiveram apenas uma vez o cheiro exacto do meu quarto.
E fiquei satisfeita em poder adormecer e refugiar-me dentro, como faço sempre que existe matéria.
Porque a matéria ocupa espaço.
E o vazio fica mais cheio.
E fiquei satisfeita em poder adormecer e refugiar-me dentro, como faço sempre que existe matéria.
Porque a matéria ocupa espaço.
E o vazio fica mais cheio.
"O vazio fica mais cheio".
ResponderEliminarLogo o tempo em que não acontece nada continua a ter o seu propósito.
Quero acreditar que basta estarmos vivos para existir algum propósito.
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