quinta-feira, 8 de março de 2018


Há balanços que evito fazer. Portas que devem ficar fechadas.
Deixas-me cair por terra sem hesitar. 
Há frio e fraqueza. Há cansaço. 
O coração pede tréguas e a boca guarda o último beijo. 
Já não preciso de nada. Não era isso que querias?


Cuidado. 
O amor é um pequeno animal desprevenido
Uma teia que se desfia pouco a pouco.
Guardo silêncio para que possam ouvi-lo desfazer-se.
Ruy Cinatti

12 comentários:

  1. Ao ler este teu Post (que adorei) lembrei-me desta pensamento de Friedrich Nietzsche:
    "A vontade de superar um afecto não é, em última análise, senão vontade de um outro ou de vários outros afectos."

    Boa tarde JI;)

    Friedrich Nietzsche

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    1. Neste momento não sei se consigo lidar com outro afeto. Dou-me por satisfeita se conseguir ser feliz sem este...
      Bom dia Legionário :)

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    1. Também gosto, confesso. Mas aqui foi a arquitectura das tuas palavras. ;)

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    2. Gosto de linhas simples. Na escrita e nos edifícios :)
      Um beijo Patife

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  3. Que se evita, que se não sinta falta ?
    Porque se sopesa alguém ?
    Se pesa
    Só pesa
    Só se pesa
    A faca na ponta do polegar
    A vida no gume do olhar
    Quem não fume, é mais duro, por nem fumo ...
    Sei lá !
    Pesa-se
    Pesa se
    Balança
    Equilibra Se
    Sopesa Se
    Só se pesa
    Peso
    Balanço

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  4. "já não preciso de nada" .... às vezes parece-nos isso, não é?...quando nos deixamos cair e no chão não precisamos de nada, só de não nos ver, não nos sentir, não sermos, como se nos misturássemos com o chão numa amalgama indecifrável. porque dissolvem-se-nos as vontades e não as conseguimos agarrar. E sem vontade não nos levantamos, sequer nos mexemos. Até um dia o chão nos servir de apoio e resolvermos bater a porta por fora, sem querer saber do que querem, ou do que sabem. Cospe-se o último beijo e a boca lava-se de vida, outra vez.
    Beijo, JI

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    1. Tenho a sensação que não preciso de nada. A indiferença deve ser o primeiro passo para a cura mas é também um veneno porque nos impede de ter a porta aberta. Sei que sou muito mais fria do que era antes, mais amarga também. O chão frio em que me deito obriga-me a seguir em frente mas os dias são ainda muito cinzentos.
      Gostei muito do teu comentário Olvido
      Um beijo :)

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  5. Há sempre uma pequena luz que nos atrai o olhar, a perspectiva de um outro amor, um outro beijo, que fará deste(s) um mero acidente de percurso.

    Beijos, JI :)

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    1. "Pedras no caminho?
      Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"

      Fernando Pessoa
      :)
      beijos Maria Eu

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