terça-feira, 28 de novembro de 2017


A rapariga entra no expresso à minha frente. Tem uma transparência rasgante por baixo da pele cheia de cremes e afins. Não esboça um sorriso. Perfeitamente direita. Mesmo sentada, está perfeitamente direita. Uma linha direita que vai até ao topo da cabeça.  
Tem a boca cheia e ligeiramente brilhante. Talvez dezasseis anos de olhar fixo. Tem o cabelo fino e tão perfeito que dá vontade de tocar. Quero dizer-lhe olá e explicar-lhe que nos conhecemos. Daqui. Ou dali. 

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