segunda-feira, 19 de julho de 2021




Os de sempre. Como uma família.

O homem velho e doce, com o olhar cheio de nostalgia. 
Tem o amor tatuado no braço. Na pele fina, uma data e um nome.

Na outra mesa, o casal de amantes que se junta de 3 em 3 meses para 2 horas de prazer.

No canto uma rapariga tímida. Senta-se sempre muito direita. 
Observa tudo à sua volta. 
Os segundos entre a sombra e a luz alimentam-na o suficiente para ganhar 
forças e voltar para o emprego sem alegria. 
A pele pálida e o tempo desenhado nos cantos dos olhos. 
Ninguém a pode domar, ainda menos conquistar. 
Talvez só queira ser amada.

ps: texto escrito no verso de um guardanapo, no café de sempre

2 comentários:

  1. Um dos meus prazeres, quando tenho (agora é melhor dizer "tinha") um almoço demorado num qualquer restaurante, é (era) o de tentar extrapolar quem são as pessoas que estão sentadas ao redor, qual a sua vida, a relação que têm umas com as outras...
    É de facto um exercício de imaginação muito engraçado.

    Beijinhos servidos com uma taça de café
    (^^)

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  2. Gosto de imaginar quem está ao meu lado,as vidas, as experiências.
    Tenho a mesma sensação quando olho para as janelas dos prédios de noite e se vê as luzes e as sombras das pessoas.
    Beijinhos

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