terça-feira, 1 de junho de 2021

Não sei nada do que pensa. 

Mas há o sexo duro e as veias como a madeira. 
A cabeça nua e brilhante, um rosa quase vermelho. 
A textura é seda e a pele lisa.

Entre as coxas o sangue ferve. 
A vontade de enfiar os dedos na boca e de abraçar as ancas. 
Sentir o líquido quente a escorrer. 
E a vida antes, os corpos que se procuram e o ritmo nas ancas. 
As bocas que se sabem, o suor e o sabor dos orgasmos. 
Enrolar os dedos e apertar com força. 

E então o silêncio e as imagens fáceis. 
A vontade de acordar na hora azul e de provar o fim do inferno.



4 comentários:

  1. Diria, depois de ler-te, que é assim que sabe o fim do inferno, e o começo que não sabe acabar também... É aproveitar tudo, porque a intensidade é um tesouro amargo a que não se resiste, nem nos tenta, toma-nos simplesmente, se está em nós (nem todos o têm parece-me...). E ainda bem.

    Bom fim de semana, JI :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Este inferno pode ser a minha condenação. Uma luta entre o coração e a razão, entre o que sabe bem mas faz mal. :)

      Eliminar