Aguardo-te
como o barro espera a mão.
Com a mesma saudade
que a semente sente do chão.
O tempo perde a fonte
e a manhã
nasce tão exausta
que a luz chega apenas pela noite.
O relógio tomba
E o ponteiro se crava
No centro do meu peito
Fui morto pelo tempo
No dia em que te esperei.
Mia Couto
JI,
ResponderEliminareste poema é delicioso!
Por vezes as lembranças moldam-nos a seguir.
Um xi apertadinho
As lembranças, as vivências, as experiências. Somos moldados todos os dias :)
EliminarBeijos linda