sábado, 13 de fevereiro de 2021

Onde se esconde a tristeza? Será na fenda do diafragma, no charco da garganta, nos músculos que não sentem mais a força? Onde se esconde a dor dos corações feridos?
A quem pertence este corpo que parecia andar tão bem? Os poros não são a melhor saída para o desespero. Não se pode abrir a janela do coração como se abre a janela de uma casa. 
Essa janela está noutro lugar. É o céu da manhã, uma faísca, um sorriso em frente ao espelho, algumas palavras lidas num livro. Essa janela é levantar de manhã e vestir-se. É sair quando não apetece. É cuidar. É o tempo que corre e que apaga a dor. Um jantar. Um chá que se partilha.
Essa janela somos nós.





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