quinta-feira, 6 de dezembro de 2018



Há sempre um nevoeiro carregado de medo no fundo do meu corpo. Às vezes sobe até à garganta e quando abro a boca para falar não se ouve nada além do silêncio. Ando em equilíbrio na borda da felicidade e de vez em quando caio. A minha vida é uma série de momentos ligados uns aos outros mas sem continuidade. Faltam sequências e alguma coerência. Tudo está descosido. Tenho medo e quando caminho na rua vejo sombras em todos os cantos.
Dizem que sou inconsciente. Talvez seja verdade mas não lhe chamaria inconsciência. É mais um jogo com a vida. Talvez alguma indiferença, talvez alguma adrenalina ou talvez alguma confiança na vida e nos outros. 
Tenho sempre medo e os meus olhos choraram mas quero continuar a olhar para o sol. Espero variações na curva da minha vida na esperança de poder ligar os pontos perdidos na imensidão da página branca dos meus dias.

6 comentários:

  1. quando assim é abocanho essa felicidade como se não houvesse amanhã.

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  2. "A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano." "Victor Hugo

    Sorria, JI:)

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    Respostas
    1. Desconfio sempre de quem está sempre feliz ou a sorrir. Chorar faz bem. Sorrir também. Uma amiga uma vez disse-me que consegue ter as quatro estações dentro dela num único dia. Entendo-a perfeitamente :)
      Um bom dia Legionário. Já tinha saudades :)

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  3. Acho vital saborear-se plenamente os altos e os baixos dos dias.
    Embranquecer os baixos, não os apaga, e dificulta tentar preveni-los.
    Um bom dia, Janela Indiscreta.

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  4. Diria que é saudável, muito mais saudável do que parece. Não gosto de alimentar o cinzento dos dias mas aprendi que faz parte de mim também.
    Um bom dia para si :)

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