Procura-se uma viagem ligeira. A pele não precisa de jóias.
A suavidade é suficiente, e a humidade também, quando o ácido procura a orquídea.
É tempo de uma vida mais simples. Poucos bens, menos espaço e a vida como casulo.
Ao longe as colinas acalmam o silêncio e há o bailado das nuvens no infinito do céu que conta histórias de outros mundos. A paisagem desfila ao ritmo de uma música metálica.
As únicas notas que se ouvem nascem da água do rio e do vento que sacode as folhas das árvores.
Os pés sentem a erva e o sol aquece a pele.
E no meio da fragilidade encontra-se a força das horas.
Podemos ser felizes com tão pouco.
ResponderEliminarAbracinho, JI
Sim, não é preciso muito para ser feliz. Basta dar valor ao que se tem.
EliminarBeijos em ti :)
Fragilidade - Carlos Drummond de Andrade
ResponderEliminarEste verso, apenas um arabesco
em torno do elemento essencial – inatingível.
Fogem nuvens de verão, passam aves, navios, ondas,
e teu rosto é quase um espelho onde brinca o incerto movimento,
Ai! já brincou, e tudo se fez imóvel, quantidades e quantidades
de sono se depositam sobre a terra esfacelada.
Não mais o desejo de explicar, e múltiplas palavras em feixe
subindo, e o espírito que escolhe, o olho que visita, a música
feita de depurações e depurações, a delicada modelagem
de um cristal de mil suspiros límpidos e frígidos: não mais
que um arabesco, apenas um arabesco
abraça as coisas, sem reduzi-las.
Bons sonhos, JI:)
A nossa vida não passa de um enorme arabesco, um padrão incompreensível que deve ser apenas vivido :)
EliminarUm beijo Legionário