terça-feira, 27 de março de 2018



Aprendo a não fazer nada. Preciso mudar. Cortar o cabelo bem curto. Viajar sem destino. Ficar louca e escrever. Escolhi o silêncio e (tentar) fugir da internet. Era a solução mais sensata. O tempo passa mais devagar. Os minutos já não são engolidos pelo ecrã do meu computador e do meu telemóvel. Vou para os cafés, procuro a biblioteca. A minha casa é uma ilha. Uma ilha deserta. Sinto-me sozinha e tenho medo da minha solidão. Mas durmo mais. Quero menos o tudo, agora, já. Sinto-me mais livre também, como se tivesse cortado os fios que me prendiam aos outros e ao mundo. Encontro caminhos esquecidos para fazer o que antes demorava segundos. Percebo a minha sensibilidade. Como o nada me transforma. Mas por dentro há o mesmo calvário. Não o vejo mas sei as quedas interiores. Os meus gritos param antes de passar a fronteira dos lábios. Mas oiço-os. Quero ouvi-los. Não quero o inútil, apenas o que faz sentido. Quero ter tempo e poder oferecê-lo.

6 comentários:

  1. E crendo ou não, espero-te ciente de como ofertas tanto, aqui.

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    1. Nem sempre sei o que ando a fazer por aqui mas sei que ler-vos faz-me bem :)

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  2. Dois bons princípios de vida: a nossa indiferença e paz perante o que pensam acerca de nós; e, a tranquilidade de nunca termos de julgar ninguém...

    Olá JI:))

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    1. A idade traz essa paz e indiferença de que tanto precisamos Legionário :)

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