Se partires, não me abraces – a falésia que se encosta
uma vez ao ombro do mar quer ser barco para sempre
e sonha com viagens na pele salgada das ondas.
Quando me abraças, pulsa nas minhas veias a convulsão
das marés e uma canção desprende-se da espiral dos búzios;
mas o meu sorriso tem o tamanho do medo de te perder,
porque o ar que respiras junto de mim é como um vento
a corrigir a rota do navio. Se partires, não me abraces -
o teu perfume preso à minha roupa é um lento veneno
nos dias sem ninguém – longe de ti, o corpo não faz
senão enumerar as próprias feridas ( como a falésia conta
as embarcações perdidas nos gritos do mar) ; e o rosto
espia os espelhos à espera de que a dor desapareça.
Se me abraçares, não partas.
Maria do Rosário Pedreira
Olá JI, deixo-te um abraço, porque um abraço é sempre um céu:)
ResponderEliminare tantas vezes que um abraço é uma casa :)
EliminarAbraço retribuído Legionário.
...é uma luta interior que não dá tréguas.
ResponderEliminarForça, JI
Uma luta inglória para quem perde
EliminarUm beijo goti
:)
que bonito. texto e imagem.
ResponderEliminaresta Senhora escreve tão bem!
Obrigada Laura. Escreve mais do que bem. Gosto muito
Eliminar:)