..Durante meses não lhe respondi. Porquê? Porque não podia escrever senão à Ellen, à Ellen: toda a outra correspondência me era intolerável. (Escrever a outros quando me podia dirigir a ela?!) E o resultado? Ei-lo: não me matei em conferências e artigos para magazines. Qual o resultado pecuniário, esse recuso a ponderá-lo... Mas, agora, que acabei a peça (em borrão), tentarei ganhar algum dinheiro suplementar - não que me apeteça, mas fui sempre tão inábil para o forjar que ninguém me tira a ideia de que estou à beira da falência...
Mas em verdade é só a Ellen, a ellen, a Ellen, a felicidade, a tranquilidade, a paz, o refúgio, a consolação de amar a querida Ellen - vá, acrescente: 'e de ser amado por ela' (uma mentira custa tão pouco...) - o meu único tesouro...
...Tornei a sentar-me para lhe escrever. As chamas esmorecem na lareira; este frio cortante é-me propício, suponho, já que por compleição sou um homem do Norte, mas espero que a Ellen esteja quentinha como uma ilha ao sol, amadornada no Mediterrâneo. Agora que terminei a peça só me resta beijar, enfim, a minha Ellen, e morrer.
Carta de amor de Bernard Shaw a Ellen Terry
...anunciação de um amor que foi, mas que ainda é.
ResponderEliminarO Amor nunca deixará de o ser. Há amores assim, que duram uma vida inteira
ResponderEliminar:)
lindo!
ResponderEliminarMuito :)
EliminarIntenso e apaixonante :-)
ResponderEliminarEscrito por quem recusou receber o prémio Nobel da Literatura :)
EliminarQue texto bonito.
ResponderEliminarEle escreveu textos muito interessantes.
Eliminarpois, o amor é lindo mas nós temos que comer...
ResponderEliminarSe o amor alimentasse o suficiente a minha conta estava bem mais recheada :)
EliminarE certamente ela o terá inspirado em muitos dos seus trabalhos... quero crer...
ResponderEliminarBelíssima partilha! Não conhecia o texto!
Beijinho
Ana
Obrigada Ana:)
EliminarBeijos