quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Tem um calendário na porta do frigorífico. Um calendário com as páginas que voam e que fazem os meses desfilar um atrás do outro. Serve para lembrar o que ainda não chegou mas também o que finalmente já acabou. Diz finalmente porque no final de cada noite e com um gozo quase inquietante, agarra numa caneta e risca o dia que termina. A linha desenhada não é direita. 
De onde vem esse alívio de um novo dia em branco passar a um simples risco preto? Será alguma forma de fugir? Ou talvez encontrar.
É a sobrevivência. Um dia de vitória. Um dia a sobreviver às partidas e talvez a determinadas chegadas. 
Mais um dia riscado. Venha o próximo.


2 comentários:

  1. Sobreviver chama-se manter luta contra a vida que é mortal.

    Olá JI, a propósito conheço alguém que tem esse hábito de "riscar" o dia que termina;)

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  2. Talvez sobreviver seja apenas uma corrida contra a morte.
    Riscar o calendário já é um ritual meu há tantos anos :)
    Boa tarde Legionário

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