Tem um calendário na porta do frigorífico. Um calendário com as páginas que voam e que fazem os meses desfilar um atrás do outro. Serve para lembrar o que ainda não chegou mas também o que finalmente já acabou. Diz finalmente porque no final de cada noite e com um gozo quase inquietante, agarra numa caneta e risca o dia que termina. A linha desenhada não é direita.
De onde vem esse alívio de um novo dia em branco passar a um simples risco preto? Será alguma forma de fugir? Ou talvez encontrar.
É a sobrevivência. Um dia de vitória. Um dia a sobreviver às partidas e talvez a determinadas chegadas.
Mais um dia riscado. Venha o próximo.
Sobreviver chama-se manter luta contra a vida que é mortal.
ResponderEliminarOlá JI, a propósito conheço alguém que tem esse hábito de "riscar" o dia que termina;)
Talvez sobreviver seja apenas uma corrida contra a morte.
ResponderEliminarRiscar o calendário já é um ritual meu há tantos anos :)
Boa tarde Legionário