quinta-feira, 14 de dezembro de 2017



O meu café é cada vez mais forte e muito menos doce. Escolhi uma saia de tecido fino, tão fino que dança nas minhas pernas. A seda esconde-se por baixo da lã. Agasalho-me. Roubo um raio de sol e deixo-me chorar à chuva. Deslizo as mãos nos cabelos, por baixo das camisas e nas páginas dos livros. Procuro vozes graves e palavras suaves. Deixei de ouvir os que dizem saber tudo.
Sonho com um refúgio abandonado. Sonho-me num quarto anónimo. Sonho-me por baixo das penas dos edredões. Quero-me paciente. Quero-me a escrever tudo. Ou nada.

6 comentários:

  1. ...tudo que é ruído incomoda, não ouças. Perde[te] na tua escrita que são as tuas pernas para a tua nova caminhada.
    Beijo daqui até aí, JI

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    1. Se a caminhada fosse tão fácil como escrever era tudo bem mais fácil :)

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  2. E nesse nada/tudo reside a beleza do que escreves.

    Beijos, JI :)

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