quinta-feira, 30 de setembro de 2021

domingo, 19 de setembro de 2021


 Os domingos deviam estar sempre cheios de vida. 

Domingos carregados de arrepios, de audácia e das horas cheias de pele e de suor.

Domingos sorrisos.

Domingos com estórias dentro.


sábado, 18 de setembro de 2021



Ficar ou ir embora.

Tudo é uma escolha, pelo menos é o que nos dizem. Há sempre uma escolha entre duas coisas, duas situações, duas estórias.

Escolha de vida pesada a quem não pesa nada. Escolha fácil ou frágil. Tudo depende de tanto.

O bem, o mal, a verdade, a mentira, o que é justo ou injusto. O frio e o calor. O sonho e a realidade. Sempre agarrados a uma determinada verdade, que não é mais do que a nossa.

Mas, e se existisse uma variedade enorme de caminhos. E se houvesse mais, algo que pudéssemos criar, algo entre ficar ou ir embora. Uma fissura, uma porta que nos pode levar para caminhos diferentes.

Há situações em que ficar ou ir embora são as únicas soluções. E depois há outros momentos que nos pedem para serem vividos. 
Seguir os ciclos e os movimentos. Seguir os caminhos coloridos da vida, agarrar as oportunidades e simplesmente confiar.


quarta-feira, 15 de setembro de 2021



“You can’t blend in when you are born to stand out” 

Estes últimos meses foram intensos a nível emocional. Aprendi muita coisa sobre mim e sobre os outros.
As perguntas e as dúvidas resultam quase sempre da relação que tenho comigo.

São poucas as pessoas à minha volta que me conhecem por inteira, com quem partilho tudo, sem medo do julgamento. São as mais preciosas. Em relação às outras, tenho consciência do que não se pode dizer.

A abertura de espírito e a do coração é uma estrada com dois sentidos. Dolorosa. Mas quando olho para trás e vejo o caminho percorrido, percebo que todos os momentos de introspeção levaram  a um (re)alinhamento pessoal essencial e uma relação verdadeira comigo e com os outros que me querem acompanhar.


terça-feira, 14 de setembro de 2021




Aprendi que o amor pode chegar sem avisar ou morrer durante a noite. 
Que os melhores amigos podem passar a ser desconhecidos 
e que um desconhecido pode ser um amigo para a vida. 
Aprendi que o nunca mais nunca chega e que o para sempre tem um fim.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

“Amor vem de amor. Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que dispensa cuidado e cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força, deixa amassado num canto, no peito, no escuro, dentro, ou larga pegando sereno. Amor vem de amor. Vem do pedaço mais feio, do mais sem palavra, do triste, vem de mãos estendidas. É tecido desfeito pelo tempo, amarelecido pelo tempo, pelo cheiro da gaveta fechada, pelo riscado do sol na madeira. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra, cisco, resto, rastro, coisa para sempre varrida. É delicadeza viva forte violenta. Que faz doer, partir, deixar caído. Amor vem de amor. E dói bonito.”

Guimarães Rosa 

domingo, 5 de setembro de 2021



 Acordei com uma sensação estranha, com pensamentos contraditórios.

 Ultimamente tenho mantido os meus dias ocupados com tudo o que possa inventar. 

Obrigo me a não parar para pensar.

Cometi muitos erros ao longo da minha vida e ainda tenho dificuldades em perdoar-me. 

Mas sou feita de cada escolha que tomei, as boas e as más. 

Não há pior sentimento do que o arrependimento. 

Faria coisas de forma diferente ?

 Sim, sem dúvida mas não mudava nada, mesmo que pudesse.

O caminho é incerto mas as minhas certezas, essas, são cada vez mais fortes. 


sábado, 4 de setembro de 2021

Aqui não acontece nada,
salvo o tempo,
irrepetível
música que ressoa,
extinta já,
num coração oco, abandonado,
que alguém toma um momento,
escuta
e arremessa

Angel Gonzalez 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021



Noite. Cozinha. 
O ronronar do frigorífico e dos gatos.
Meia noite e sem sono
O caos fiel. O sonho de uma vida vazia do peso.
A cada instante o tempo que se afasta.
E o vento. E a indiferença.
E a sombra da madrugada no meu café escuro.