segunda-feira, 1 de abril de 2019


Tenho 41 anos e já não me sinto invencível. Tenho a medida da fragilidade na carne, nos ossos e no corpo inteiro. Na pele sei as marcas permanentes e as fissuras junto aos olhos.
Inspiro fundo para me encher do tempo que passa e que não volta atrás. À volta sei a vida frágil e os que vão embora, sempre cedo demais.
Ainda quero agarrar o valor de cada momento. O passado dissolve-se e o futuro intriga-me. No entanto o hoje é a única testemunha de um corpo que mexe.

As máscaras caíram e já não tenho medo dos outros, ou de mim própria. Acabei por perceber que nunca serei tudo o que desejava ser, o que não tem problema algum. 
É cansativo tentar agradar a todos e o melhor  é ser verdadeira, doa a quem doer.
Tenho 41 anos e não sei muito bem o caminho a seguir mas sei que a vida ainda pode ser louca, perigosa, imensa, bela e surpreendente. 
Tenho 41 anos e sinto-me grata.