quarta-feira, 30 de janeiro de 2019



Dezembro já foi. Janeiro está a chegar ao fim. 
E as horas cinzentas, e a minha memória e a pele que conta. 
Porque as noites são frias, porque o meu corpo tem dores e há a lembrança incerta de um amanhã. 
E as viagens sonhadas, o horizonte e os pássaros dentro. 
Sabemos que a morte não anda longe e que a vida e o horror rasgam o corpo como uma lâmina afiada. 
E porque eu quero que amanhã seja doce apesar da lágrima do final de tarde. 
E o cansaço também. 
A chuva roubou a minha coragem e a minha vontade. 
Talvez amanhã.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019



A música foge 
A impulsão e a tensão
Nada é imutável

Os nossos desertos são permeáveis
O teu
O meu

Sei janeiro e o vento
E sei-me a procurar a ilusão de um desejo perdido algures
Nas bordas do caminho

E ficamos presos nas mesmas horas
Com menos certezas
E de coração vazio

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019




Texto com bolinha vermelha no canto direito...


Às vezes olhas para mim como se eu fosse a mulher mais séria à face da terra. Uma mulher tranquila, séria, como se tivesse uma vassoura enfiada no rabo.
Mas sabes uma coisa, não sou nada disso.
Sou daquelas mulheres que olham para um homem e que pensam como e quando podem vir a estar com ele.

Sou daquelas mulheres que querem foder de manhã antes de sair para o trabalho e que não desviam o olhar quando têm a boca cheia.
Sou daquelas que oferecem o cu como se fossem comprar um bolo, só pelo prazer.

Mas não sou a única. Somos muitas, umas mais escondidas do que outras. E falamos sobre isso.. Falamos de desejo, de tamanhos e de sensibilidade.  De vez em quando há que explicar com pormenores, mostrar como se faz e dizer o que queremos. 

Mas o problema é que é feio foder no primeiro encontro. É feio foder com amigos. Não se deve fantasiar sobre pessoas de sexo diferente, quanto mais juntar três pessoas ou mais numa só cama.
Não se deve meter a mão dentro das cuecas ou ter mais do que um orgasmo. 
Não se deve comer cenouras quando no fundo preferimos feijão verde. Claro que as cenouras e o feijão verde são importantes porque no fundo vais acabar por perceber o que realmente gostas e viver de acordo com a tua verdade.

Eu avisei que havia bolinha vermelha.
Bom fim de semana :)




terça-feira, 22 de janeiro de 2019


Aqui vão encontrar o horror e a beleza, o instinto e a loucura. 
Tudo dentro de uma mulher em estado líquido.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019


Nem sempre a corrente que nos leva é a mais favorável.
No entanto, escolhemos lutar contra uma maré que insiste em trazer-nos de volta para o mesmo lugar. 
Não há tempo para arrependimentos, nem vontade de traçar um novo rumo.
Respiramos fundo e voltamos diferentes. 
Nem melhor, nem pior. Apenas diferentes.

sábado, 12 de janeiro de 2019


Sei o mau e o fumo que mata. Sei que o amor não passa de uma ilusão. 
Sei as lágrimas e o suor. Sei a faca que abre a carne e a falta de respeito constante.
Sei a escuridão mas sempre acreditei no carinho que senti. Vi o sorriso e a sinceridade. 
E quis mais. Achei que podia ter mais. Empurrei a porta e entrei . 
Nunca dei tanto e recebi tão pouco. (Será que devemos dar na esperança de receber?)
Mas sabem uma coisa? Continuo a não gostar do sabor das lágrimas e do sangue que me sai da alma.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

"Ensinou-nos muito mais do que devíamos aprender, mas ensinou-nos acima de tudo que nenhum lugar da vida é mais triste do que uma cama vazia."

Crónica de Uma morte anunciada - Gabriel Garcia Marquez



Construí o meu abismo e balanço-me nas bordas do vazio.
Anúncio da queda.
Lenta. Inexorável.
Prometo cair em silêncio. 
Com elegância. Talvez.
Sem gritos.
Não sei se a escolha é minha. 
Os erros esses foram meus.
Magoei. Menti.
Os erros são teus.
Magoas. Mentes
Quem sabe se não escolher é também uma escolha.
Desenho o esboço da queda.
Abordo o irremediável.
Aceito.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019



Desejo-te o sorriso e a audácia. A aventura dos sentidos, os arrepios na pele, a lágrima cheia de emoção e a confiança. O corpo que viaja, o tempo que se esquece e a onda.

Desejo-te o amor de boca cheia, a humidade e o sal do suor, a fome de mais e mais forte, o sopro curto e o calor.

Desejo-te manhãs indecentes, noites azuis e o abandono das horas suaves.

Desejo-te a emoção e o sorriso que treme. Desejo-te a suavidade dos lençóis, o desconhecido e o corpo cansado. E a lembrança inesquecível, o olhar cúmplice e mais do que tudo, desejo-te a vida e o amor.



ADORO! ADORO! ADORO!