quinta-feira, 6 de setembro de 2018


Procura-se uma viagem ligeira. A pele não precisa de jóias. 
A suavidade é suficiente, e a humidade também, quando o ácido procura a orquídea. 
É tempo de uma vida mais simples. Poucos bens, menos espaço e a vida como casulo. 
Ao longe as colinas acalmam o silêncio e há o bailado das nuvens no infinito do céu que conta histórias de outros mundos. A paisagem desfila ao ritmo de uma música metálica. 
As únicas notas que se ouvem nascem da água do rio e do vento que sacode as folhas das árvores.
 Os pés sentem a erva e o sol aquece a pele. 
E no meio da fragilidade encontra-se a força das horas.

4 comentários:

  1. Podemos ser felizes com tão pouco.
    Abracinho, JI

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    1. Sim, não é preciso muito para ser feliz. Basta dar valor ao que se tem.
      Beijos em ti :)

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  2. Fragilidade - Carlos Drummond de Andrade

    Este verso, apenas um arabesco
    em torno do elemento essencial – inatingível.
    Fogem nuvens de verão, passam aves, navios, ondas,
    e teu rosto é quase um espelho onde brinca o incerto movimento,
    Ai! já brincou, e tudo se fez imóvel, quantidades e quantidades
    de sono se depositam sobre a terra esfacelada.
    Não mais o desejo de explicar, e múltiplas palavras em feixe
    subindo, e o espírito que escolhe, o olho que visita, a música
    feita de depurações e depurações, a delicada modelagem
    de um cristal de mil suspiros límpidos e frígidos: não mais
    que um arabesco, apenas um arabesco
    abraça as coisas, sem reduzi-las.

    Bons sonhos, JI:)

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    1. A nossa vida não passa de um enorme arabesco, um padrão incompreensível que deve ser apenas vivido :)
      Um beijo Legionário

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