sábado, 6 de janeiro de 2018


Ele fala e a voz masculina ecoa entre os muros da sala. Um eco que cresce no meu corpo, onde o calor começa a subir. Olho para a boca de homem, para a barba que nasce. Fruto proibido. Há homens assim. Os olhos azuis, verdes ou escuros, as sobrancelhas rasgadas com uma cicatriz, os dedos compridos, os ombros largos que fazem desaparecer, as vozes graves que ecoam quando as salas ficam vazias das presenças deles e cheias das palavras ditas. Fala-se pouco da sensualidade dos homens. Do olhar que queima quando o corpo está nu, quando os olhos descem. Não se fala das fraquezas, da voz que falha ou das mãos que apertam o pescoço. Das mãos que encostam um corpo a uma parede e que reclamam a pele. Fala-se pouco das mãos violentas que fazem tremer, que te puxam do caos para o sentires por inteiro.

8 comentários:

  1. Partilhar vivo, este.
    Haverá mãos violentas ?
    Até quando parecem violar, sê-lo-ão mesmo ?
    Noite bonita.
    Desculpe se incomodei.

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    Respostas
    1. Há uma violência quando as mãos não são doces. Há a violência de uma força que se quer :)
      Incomodar? Não.
      Eu é que agradeço as suas passagens a este canto
      Boa noite

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    2. Tocar-nos-ão mãos não doces ?
      Não doces, serão mãos ?
      Mãos, são doces ! Ou então são garras préviamente aprisionadas ... que as mãos são doces !!!!!!!!!!!!!!!!!!
      São.

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    3. As mãos não doces também tocam :)

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  2. "Uns vão, uns tão, uns são, uns dão, uns não, uns hão de. Uns pés, uns mãos, uns cabeça, uns só coração." Caetano Veloso

    Bom dia, JI:)

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  3. Mãos que saibam agarrar com a firmeza no ponto, encostar à parede no momento certo e tocar com carinho quando o calor precisa de ternura, são mãos raras e de Homem. Há poucas, parece-me.
    Boa noite, JI

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