quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Os dias curtos, o sol baixo, as sombras grandes, as bochechas vermelhas e o vento gelado.
Dezembro sussurra a hora dos balanços que se fazem por uma questão de hábito. Há sempre oportunidade para refletir, para colocar na ordem o caos da travessia das horas, dos dias, dos meses e dos anos.
Escorrego para dentro de dezembro e deixo-me cair a caminho do inverno que chega. Dezembro à beira mar. É como fugir para a profundeza de um sofá confortável, quando escondemos os pés por baixo das pernas.
A luz do inverno desliza entre a onda e o sal e toca com cuidado o mar. O corpo agitado respira pela última vez antes do abismo do tempo.  Os olhos agarram tudo o que podem e fecham-se sobre o coração que guarda um tesouro secreto cuja chave desapareceu, perdida no meio das lembranças geladas.



4 comentários:

  1. Reminiscências fazem-nos sentir deliciosamente maduros e tristes...

    Bom dia, JI:)

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    1. Com a maturidade vem a realidade. Com a realidade chegam as desilusões. E uma tristeza sem fim.
      Boa noite Legionário :)

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  2. ...quase que não dava conta do Dezembro, não fosse a azáfama do Natal.
    Chave essa que será encontrada pela Pessoa certa, a seu tempo
    Beijo solarengo, JI

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    1. E o frio também ajuda a lembrar :)
      Eu já tinha a pessoa certa. Eu não amo muitas vezes. Mas amo muito. E é sempre um processo de cura demasiado longo :)
      Um beijo de boa noite goti

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